A Associação das bandas de congo de Fundão surgiu em 2004 visando a preservação dos Tradicionais Festejos a São Benedito e São Sebastião no município de fundão, mantendo e difundindo os festejos realizados através das bandas de Congo que formam a entidade.

Neste processo a entidade busca manter viva a memória do congo através daqueles que construíram e dos que constroem a história das bandas de congo que são os Congueiros, rainhas, festeiros e os mestres da cultura popular, cuja trajetória e conhecimento dos seus saberes e fazeres constituem o no nosso patrimônio Cultural.

Compõem a ASSOCIAÇÃO DAS BANDAS DE CONGO DE FUNDÃO, as bandas de congo São Sebastião e São Benedito (Fundão sede), Banda de congo Bandeira 1 (Timbui), Banda de congo Mirim São Benedito (Timbui), Banda de Congo Konfogo (Fundão sede).

A entidade organiza os rituais da cultura religiosa popular em louvor a São Benedito e São Sebastião – sendo estes: Cortada do Mastro – Visita a Bandeira – Puxada do navio – Puxada do navio e Fincada do Mastro e Derrubada do mastro.

Os eventos iniciam em dezembro com Cortada do mastro e se estende até o mês de Maio – onde acontecem as derrubadas dos mastros. O auge dos festejos acontece no ritual da fincada do mastro quando milhares de pessoas puxam o navio pelas ruas da cidade ou do povoado, erguem o mastro com a Bandeira de São Benedito e São Sebastião expressando toda sua fé e devoção. Nesta Ocasião em cada evento realizado em Timbui, Fundão e Três Barras acontece o Encontro Regional de Bandas de Congo.

O congo no município de Fundão tem sua história ligada as comunidades pioneiras na construção do município como Destacado, Fundão dos índios e Irundi. As primeiras histórias são contadas em Destacada e ou destacado – Fundão dos Índios por Valdiria Polastrelli (in memorian), segunda a mesma, os primeiros festejos de São Benedito com bandas de Congo saiam de Destacada para a igreja de Fundão dos Índios, puxando o navio ao som dos tambores e rezas aos santos. Da mesma forma em Irundi, distrito de Fundão, segundo depoimentos de Mestres de Congo como Alaridio José Samora (Aladio) os festejos com bandas de congo aconteciam na Capela de Nossa Senhora da Vitoria em Irundi, na igreja Bom Jesus da Lapa (Três Barras), na Igreja de São João Batista em Carneiros e na Igreja da Imaculada Conceição em Piabas divisa entre Fundão e Ibiraçu. De acordo com o Mestre Aladio Samora (in memorian) a festa de são Benedito é muito religiosa, um evento de fé, é reunia centenas de pessoas. Contava o mesmo com um orgulho de encher os olhos, que ao puxar o navio nas estradas de chão, olhava para trás e via as pessoas acompanhando dançando e rezando com os galhos verdes nas mãos, esses eventos segundo depoimentos existem desde antes da Emancipação Política do município.

Os festejos chegam com muito vigor na contemporaneidade reunindo milhares de pessoas em especial no auge dos festejos, onde se realiza o ritual da Puxada do navio e Fincada do mastro erguendo a bandeira de São Benedito e São Sebastião. Os ritos se repetem todos os anos a mais de cem anos, a festa começa com o mastro sendo cortado e preparado, pintado com cores alegres e fortes, o navio recebe o preparo do festeiro, a bandeira recebe a tinta do artista do artesão, a corda é preparada para receber as mãos que afagam e forçam a puxada do barco. Alguma família da comunidade vai entregar a bandeira. É promessa. Os tambores recebem novos couros ou não, depende de seu estado, a Casaca também recebe novas cores, tudo se prepara. Vai começar a Festa de São Benedito. Vai começar o louvor a São Sebastião. A Rua Euclides Barcelos (Buraco quente) se agita, comunidade se prepara para mais uma vez vivenciar sua mais efusiva e apaixonada manifestação; não é diferente, no Bairro Orly Ramos em Fundão, no Bairro Santo Antônio, no Campestre I e II, em Piabas, Três Barras e Irundi. A história do congo se confunde com a História do povo é uma narrativa épica, recheada de Memória, tradição, identidade de ligação ancestral, religiosidade, alegria, extravasamento de emoção. Em cada avenida e em cada rua um pouco dessa história se repete, mas não da mesma forma, em cada um se revela o todo das mãos que abarcam o templo da fé nos espaços epifanicos das ruas.

A Associação das bandas de Congo de Fundão recebeu diversos prêmios pela sua atuação e de seus mestres desde sua Fundação em 2004; entre estes diversos Prêmios em editais da cultura em nível Federal e Estadual – recebeu a medalha de honra ao mérito pela participação de seus grupos nos Encontros de Bandas de Congo – nos festejos em homenagem a Caboclo Bernardo – em Regência Augusta em Linhares.

Também foi homenageado com a Medalha Chico Prego – Concedida a entidades que se destacam nas lutas contra a discriminação racial e em defesa da Causa do Povo negro.

Foi contemplada pela Secretaria especial da cultura o certificado como Ponto de Cultura a partir dos critérios estabelecidos na lei Cultura Viva (13.018/2014). Comprovando que a entidade desenvolve e articula atividades culturais em sua comunidade e contribui para o acesso, a proteção e a promoção dos direitos, da cidadania e da diversidade cultural no Brasil.

O governo do Estado do ES concedeu a Associação das bandas de congo de Fundão o título de utilidade Pública reconhecendo assim sua prestação de serviços a coletividade através da lei nº 11.369/2021.

João Benedito Palauro Netto – Presidente

Aroldo Silva – Vice-presidente

Manoel Benedito Lima – Primeiro secretário

Lúcia de Fátima Barbosa Netto – Segunda secretária

Dion Kenedes Pereira – Primeiro tesoureiro

Terezinha Rodrigues Pereira – Segundo tesoureiro